Como ter menos coisas pode simplificar a vida e trazer mais felicidade

Desde que eu comecei a minha jornada para uma vida mais simples, percebi que antes que começar a aplicar técnicas de desapego e organização, é preciso entender e refletir por quê acumulamos tanto. Uma vida minimalista é diferente para cada pessoa, mas a jornada nos leva aos mesmos resultados: mais tempo, mais liberdade, menos preocupações desnecessárias e mais economia. Afinal, qual a quantidade perfeita daquilo que realmente nos faz feliz?
O minimalismo tem alguns princípios básicos, mas acima de tudo, é um processo único e pessoal, cada quem deve adaptá-lo da melhor forma ao seu estilo de vida e à sua rotina. Além disso, é também uma jornada que desperta reflexões sobre as experiências que vivemos, o que fazemos com nosso tempo, com nosso dinheiro e consequentemente, nos levar a pensar sobre a necessidade — ou não, no caso — de ter um grande número de coisas.
Eu já conhecia o movimento dos armários-cápsula, mas não me rendi. A vida seguiu e o minimalismo chegou novamente até mim por outros canais, e dessa vez realmente me tocou. E ainda veio de brinde com outro gatilho: uma mudança de cidade e de casa para apartamento. Eu não tinha outra opção além começar de reduzir minhas coisas.
Mas reduzir coisas não necessariamente torna a pessoa uma minimalista. Mesmo que você se desfaça de tudo que tem hoje, acumular é um hábito e o minimalismo vai além disso. Ele também envolve pensar no que você consome, na qualidade e procedência daquilo, na real utilidade de uma compra e até mesmo no descarte correto dela.
Não é um voto de pobreza, como muitos questionam, é um convite para pensar mais na qualidade do que você compra do que na quantidade consumida. Por exemplo, você pode ter um relógio caro e de boa qualidade ao invés de ter 5 relógios diferentes.
Por onde começar?
Enxugar gastos, buscar uma estabilidade financeira, clarear a mente, e no fim, utilizar o tempo para o que importa: viver experiências, priorizar o tempo e alcançar objetivos. Os adeptos do minimalismo mostram ótimos resultados sobre esse estilo de vida, mas como alcançá-los?
Para aqueles — ou quase todos nós — que vivem longe desse pensamento, há muitas inspirações e guias sobre os princípios e práticas do minimalismo. Um dos nomes mais conhecidos na área é a japonesa Marie Kondo, com o livro “A mágica da arrumação”. Resumindo os princípios do método KonMari, a ideia é começar pelo descarte, analisando peça a peça e eliminando o que não traz felicidade. Afinal, quem quer viver cercado de coisas que não nos inspiram e alegram?
Para isso, há alguns caminhos: reciclar, doar, vender, trocar ou simplesmente, descartar, se for o caso de algo inútil. Desapegar é difícil, mas a sensação de destralhar ambientes ou de passar algo adiante, para alguém que dará mais sentido para algo seu, faz valer a pena.
Como iniciante, curiosa e muito inclinada ao movimento, escrevo também como forma de documentar minha mudança — de cidade e de estilo de vida. Mas aproveito também para compartilhar minhas atuais inspirações no minimalismo:
1. Pick Up Limes
Canal e blog criados por Sadia Badiei, minimalista, viajante, nutricionista e vegana. O canal dela tem muitas receitinhas saudáveis e ideias de preparação de refeições para o dia a dia, mas também fala muito sobre o minimalismo, produtividade e inspirações para encontrar calma e foco no dia a dia. Acredite, ela é a paz em pessoa.
2. Jenny Mustard
Para quem acha que o minimalismo se resume a ter 7 blusas e 7 calças, uma para cada dia da semana, Jenny prova que ser minimalista não se resume a isso. Ela trabalha com moda e traz várias inspirações para montar guarda-roupas versáteis, com poucas peças e muita criatividade. Nascida e criada na Suécia, ela lançou o livro “Simple Matters”, mostrando mais sobre o minimalismo quase natural dos escandinavos.
Ela também fala bastante sobre a rotina, trabalho como freelancer e nômade digital, receitas saudáveis e produtividade. Além do canal, ela e o marido também têm um podcast super legal, o The Mustards.
3. Matt D’Avella
Minimalista convicto, Matt também é o diretor por trás de um documentário bem legal (disponível na Netflix) sobre minimalismo, que mostra a trajetória da dupla pioneira na divulgação desse estilo de vida, os The Minimalists.
Além de trazer muitos dados e reflexões legais no documentário, ele também mantém um canal com vídeos sobre sua rotina, dicas de minimalismo, entrevistas e podcasts muito interessantes sobre temas relacionados ao movimento.
4. Fê Neute
Responsável pelo projeto Fê-liz com a vida, ela saiu de um emprego tradicional e viveu um período como nômade digital, levando tudo que tinha apenas em uma mala. Atualmente ela mora nos Estados Unidos e ainda leva uma vida minimalista, trazendo reflexões sobre trabalho, como alcançar objetivos e estabelecer prioridades com nosso tempo e dinheiro.
Sou minimalista?
Vale lembrar que o minimalismo é um processo e não tem padrões. Ninguém dorme e acorda minimalista, ninguém se livra de tudo de um dia para o outro.
É uma jornada de autoconhecimento, criação de novos hábitos e principalmente, de encontrar novas formas de consumir ou deixar de fazê-lo da melhor forma. Em resumo, é ter o suficiente de tudo aquilo que é importante para você.
Fonte: Medium.com